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ESPARTA

terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

A EFEBIA ATENIENSE
O termo efebia vem de éfêbos, "jovem", "efebo". A instituição é introduzida em Atenas no último terço do século IV a.C. após a derrota de Queronéia. A efebia de Atenas começa a funcionar regularmente a partir de 334-333 a.C. e é detalhadamente analisada por Aristóteles na sua "Constituição de Atenas".
A efebia ática se assemelha ao nosso serviço militar obrigatório. Os demos (= distritos) fazem as listas dos jovens cidadãos que chegam aos 16 anos, que são alistados e cumprem dois anos de serviço: o primeiro nas casernas do Pireu, onde recebem educação física e militar; o segundo é empregado em manobras de campanha, guarda nos postos de fronteira e funções de milícia. Sustentados pelo Estado - recebem 4 óbolos por dia - os efebos usam roupa característica: oo pétaso - um chapéu de abas largas - e um manto negro. Aos 18 anos o jovem ateniense atinge a maioridade civil.

Mas a efebia ateniense não é apenas uma instrução militar: é uma iniciação cívica, moral e religiosa aos deveres e direitos do cidadão. É toda ela marcada pela ideologia da pólis. O curioso é que Atenas reage à sua desintegração quando não há mais conserto: a partir de 300 a.C. mais ou menos, a efebia perde o seu sentido militar, transformando-se em uma agremiação escolar onde se ensina a literatura e a filosofia. Observa H.-I. Marrou: "Ela não desaparecerá, mas, por uma evolução paradoxal, esta instituição, concebida para ser posta a serviço do exército e da democracia, transformou-se, nessa Atenas nova onde triunfa a aristocracia, num pacífico colégio em que uma minoria de jovens ricos vem iniciar-se nos refinamentos da vida elegante".

Entretanto, na época helenística pode-se ver a efebia espalhada em mais de uma centena de cidades. E aí também, como em Atenas, a efebia é mais aristocrática do que cívica, mais esportiva do que militar. O que os gregos das colônias querem é que seus filhos sejam iniciados na vida grega e no gosto pelos exercícios atléticos, fator cultural que imediatamente diferencia um grego de um bárbaro.

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