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ESPARTA

sexta-feira, 17 de fevereiro de 2012

Vídeo sobre a educação jesuitica e a reforma pombalina

terça-feira, 14 de fevereiro de 2012

A EFEBIA ATENIENSE
O termo efebia vem de éfêbos, "jovem", "efebo". A instituição é introduzida em Atenas no último terço do século IV a.C. após a derrota de Queronéia. A efebia de Atenas começa a funcionar regularmente a partir de 334-333 a.C. e é detalhadamente analisada por Aristóteles na sua "Constituição de Atenas".
A efebia ática se assemelha ao nosso serviço militar obrigatório. Os demos (= distritos) fazem as listas dos jovens cidadãos que chegam aos 16 anos, que são alistados e cumprem dois anos de serviço: o primeiro nas casernas do Pireu, onde recebem educação física e militar; o segundo é empregado em manobras de campanha, guarda nos postos de fronteira e funções de milícia. Sustentados pelo Estado - recebem 4 óbolos por dia - os efebos usam roupa característica: oo pétaso - um chapéu de abas largas - e um manto negro. Aos 18 anos o jovem ateniense atinge a maioridade civil.

Mas a efebia ateniense não é apenas uma instrução militar: é uma iniciação cívica, moral e religiosa aos deveres e direitos do cidadão. É toda ela marcada pela ideologia da pólis. O curioso é que Atenas reage à sua desintegração quando não há mais conserto: a partir de 300 a.C. mais ou menos, a efebia perde o seu sentido militar, transformando-se em uma agremiação escolar onde se ensina a literatura e a filosofia. Observa H.-I. Marrou: "Ela não desaparecerá, mas, por uma evolução paradoxal, esta instituição, concebida para ser posta a serviço do exército e da democracia, transformou-se, nessa Atenas nova onde triunfa a aristocracia, num pacífico colégio em que uma minoria de jovens ricos vem iniciar-se nos refinamentos da vida elegante".

Entretanto, na época helenística pode-se ver a efebia espalhada em mais de uma centena de cidades. E aí também, como em Atenas, a efebia é mais aristocrática do que cívica, mais esportiva do que militar. O que os gregos das colônias querem é que seus filhos sejam iniciados na vida grega e no gosto pelos exercícios atléticos, fator cultural que imediatamente diferencia um grego de um bárbaro.
A palavra efebo (ephebo)na lingua grega era associada ao jovem adolescente entre 18 e 20 anos, período em que prestava serviço militar nas polis como Atenas. A ephebia em Atenas consistia em várias etapas onde o jovem deveria passar para aprender os valores daquela sociedade e o que ela cultivava como virtudes. E quais eram os valores ensinados aos jovens naquela etapa da vida? Dependendo da época em que nos referirmos estaremos tomando um modelo diferente. Assim no período clássico, por volta do séc. V a. C a democracia havia sido instituída a partir das reformas de Psistrato e de Clístenes. Como em outras cidades gregas apreparação militar era importante mas se combater em defesa da polis continuou a ser o principal meio de alcancar a gloria, mas nao era, como
se tornou em Esparta, uma preocupacao obsessiva.  Escreve Tucidides (1. 6) que nos primeiros tempos, por  nao existirem casas protegidas e comunicacoes seguras, os Gregos tinham o habito de andarem armados e que Atenas foi a primeira cidade a abandona-las (1. 6. 3):

Os Atenienses foram os primeiros entre eles a abandonarem
as armas de ferro e, sem constrangimento, entregaram-se
a uma vida mais civilizada.
Nas provas atleticas encontravam os Gregos, sobretudo os da classe nobre, um campo para mostrar
a sua superioridade e excelencia. Eram famosos os Jogos Olimpicos, e era uma gloria ser proclamado vencedor numa das suas provas. Outro aspecto importante da formação do jovem era aprender a declamar, a se apresentar em público e saber fazer discursos eloquentes e assim ao contrário de Esparta os jovens deveriam aprender oratória. Em um texto de Platao, alem de chamar a atencao
para o equilibrio que deve existir entre a preparacao fisica e a formacao espiritual — ha uma mutua influencia — vinca o valor formativo da poesia e da musica. Os Gregos davam grande importancia ao ensino destas duas artes que entao nao estavam tao separadas , os jovens aprendiam a cantar e a recitar as obras dos grandes autores, algumas delas de cor.
Paralelamente a essa formacao basica , a grande escola era o convivio social que tem significativa importancia educativa em Atenas,  o convivio na Agora, nos banquetes, nos ginasios.
Os vasos gregos servem como material de pesquisa para entendermos aspectos relevantes da cultura grega. No vaso acima aparece uma cena de aula musical e no vaso à esquerda aparecem representações de uma festa em homenagem a Hércules no Olimpo. Provavelmente a cena foi inspirada nas festas que aconteciam no calendário grego.
Durante o governo dos Pisistratidas, das mudanças que introduziram a democracia em Atenas, acontecia provavelmente uma instrução intelectual nos ginásios de Atenas. Essa educação deste jovem deveria ser conformada com as preocupações da elite no tempo da tirania.. A taça configura oposições que simbolizam a função do masculino e quais as suas obrigações sociais na Atenas desse tempo esteja relacionada ao desenvolvimento musical das festividades e da relização do kómos dionisíaco( procissão ao Deus dionísio). Os jovens atenienses deveriam aprender uma poesia e uma performance nos festejos que os proporcionariam desenvolver atributos
ideais o bom senso, a lealdade , o charme, a atração e a sedução. Essa educação estabelecida para os jovens faz parte da política da tirania em Atenas. O ideal da educação helenística era a formação do homem total, visando o equilíbrio e a harmonia completa «do corpo e da alma, do carácter e do espírito, da sensibilidade e da razão»

sexta-feira, 10 de fevereiro de 2012

A expulsão dos jesuítas do Brasil

A expulsão dos jesuítas do Brasil - Cristine Delphino


Durante o século XVIII o Brasil foi o cenário de uma luta entre duas grandes forças: a igreja e o governo. Os jesuítas chegaram ao país em 1549, mais precisamente em Salvador (cidade fundada com ajuda deles), na Bahia, através da expedição de Tomé de Souza. Além de catequizar os índios, os jesuítas construíram colégios que iam do Ceará a Santa Catarina e foram muitos que deram o seu sangue pelos colégios, por Portugal e pelos indígenas. Com o decorrer do tempo a influência dos jesuítas ia crescendo e eles passaram a ter uma certa independência em relação ao Estado e até da própria igreja.

Somando com isso, é importante também entender que com a entrada do século XVIII, a Europa passou a contar com uma teoria política que vai contra o iluminismo, conhecida como Absolutismo que pregava que uma pessoa deve ter o poder absoluto (judicial, legislativo e religioso). Até então a igreja era muito poderosa, Portugal passou então a pregar três medidas. O Despotismo Esclarecido, ou seja acreditava-se no direito divino do rei; o Regalismo onde o chefe do estado podia interferir em assuntos internos da igreja e o Beneplácito Régio onde a igreja tinha que contar com a aprovação do monarca. Era o Marquês de Pombal o representante do Despotismo Esclarecido e o ministro do reino de Portugal.

O Marquês realizou a conhecida “Reforma Pombalina” que tinha como intenção transformar Portugal numa metrópole capitalista, assim como outros países europeus já capitalizados. A escravidão dos índios foi extinta e eles até poderiam se casar com portugueses. A ideia de Pombal ao permitir isso, era a de que os índios se miscigenassem, houvesse um crescimento populacional e então o Estado contasse com mais força nas fronteiras do interior.

Quando os índios passaram a ser livres, isso chocou-se contra os jesuítas, que não deixavam que a autoridade real interferisse nos assuntos deles. Marquês de Pombal que queria realizar uma reforma e aproveitar e centralizar o poder, expulsou os 670 jesuítas que aqui moravam e mandou fechar os colégios. Eles foram acusados de traição, o Padre Gabriel Malagrida foi queimado em praça pública e o restante embarcou para Lisboa aonde foram presos.

Quando rei de Portugal D. José I morreu e foi substituído por D. Maria I, Pombal foi condenado e só não foi executado devido a sua idade avançada, ele contava com 78 anos.

Fontes:

http://books.google.com/books?id=vxatL5Q2mVQC&pg=PA35&dq=expulsao+dos+jesuitas+do+brasil&hl=pt-br&ei=deC-TO-_

quinta-feira, 2 de fevereiro de 2012

A proibição da escravidão de índios

Em 1680, com grande influência do padre Antônio Vieira, era outorgada no Estado do
Maranhão e Grão Pará uma lei que proibia a escravização dos índios na região, mesmo que fosse por meio de resgate ou guerra justa . Segundo Karl Arenz (2007: 91), essa lei, que estipulava uma liberdade tutelada sobre os indígenas, fora criada visando incrementar a atividade produtiva do Estado, ainda incipiente segundo as expectativas da Coroa e dos moradores que constantemente enviavam cartas ao rei solicitando a entrada de mão-de-obra escrava negra. Nesse sentido, na mesma data fora outorgada uma carta que estipulava duas frentes de arregimentação e inserção de mão-de-obra na região, a inserção de escravos negros e o incentivo à prática de descimentos e repartição da mão-de-obra indígena. Segundo o rei:
“tenho ordenado a condução dos negros da Costa da Guiné que todos os anos hão
de ir ao mesmo Estado com a maior comodidade dos moradores dele que se pode
ajustar, assim também convém não somente conservar os índios livres que de
presente se acham nas aldeias, mas procurar aumenta-los descendo outros do
sertão para que sirvam o mesmo Estado”. (1º abr. 1680, ABN: 51-56)
Buscou-se, então, paulatinamente inserir escravos africanos no Estado que
substituiriam a mão-de-obra indígena cativa. No entanto, a tentativa de criação de uma Companhia de Comércio e de abastecer os moradores de trabalhadores africanos fora
malograda. Os colonos não tinham condições de pagar os altos preços dos escravos africanos (ARENZ, 2007: 98), que chegavam a ser 50 vezes mais caros do que um escravo indígena resgatado (28 abr. 1688, ABN: 97-101; 29 jan. 1703, ABN: 235-236).
Diante deste quadro de instabilidade, da falta de trabalhadores cativos indígenas e
africanos, da sensação de que as demandas dos moradores nunca eram ouvidas pela Coroa e de que os religiosos seculares tinham um poder quase que absoluto na região, engendrou-se, em 1684 na cidade de São Luís, a intitulada Revolta de Beckman (Bombardi, F. A.)