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ESPARTA

sábado, 27 de fevereiro de 2010


Em 480 A.C. as tropas de Xerxes, o rei do império Persa, prepararam-se para invadir a Grécia. Derrotados alguns anos antes, na Batalha de Maratona, os persas pareciam ter desistido desse intento, até que o novo monarca resolveu vingar a humilhação sofrida por seu pai… o que se segue será uma batalha épica entre 300 valorosos homens contra 250 mil soldados vindos do Oriente, um sacrifício que permitiu à Europa continuar a ser Europeia.

NA BATALHA

Mais que um quarto, menos que um terço

O inimigo veio e se chocou contra nossa muralha de escudos. Uma muralha da qual o meu próprio fazia parte, e por isso ela era forte. Nossas lanças, minha lança, perfuravam pele e carne para beber do sangue pela primeira vez, ávidas.

Flechas desceram do céu como aves de rapina e nossos escudos nos protegeram. Nem uma ponta penetrou a face sorridente que me dava proteção.

Mandaram os hipikkons para nos dispersar. Nossas lanças derrubavam-nos de seus cavalos e tomavam suas vidas. Os animais, desembestados, caiam e tropeçavam por cima da nossa falange. Vi companheiros esmagados pelo peso, suas armas inúteis contra aquele inimigo.

“Dispersar formação! O inimigo está debandando, é hora de acabar com eles!”

Nos separamos. Agora eu só dependia de meu escudo e minha lança. Mirava meus golpes e dispensava dor e morte rapidamente. Acertava nos pontos certos com precisão perfeita. Nem um quarto, nem um terço de desvio.

E sem aviso sofri um golpe. O escudo resistiu, mas eu perdi o equilíbrio. Outro golpe e a madeira que eu havia reforçado anos atrás cedeu. Eu não podia ver, o suor irritava meus olhos, mas podia imaginar no reflexo na armadura de meu algoz que o sorriso na face de meu escudo estava destruído.

Levantei minha lança buscando o coração de meu oponente. Talvez devesse ter largado o escudo inutilizado para brandi-la com ambas as mãos, mas ele ainda me dava força só por estar no meu braço. Não era suficiente. A lâmina do machado partiu minha lança pouco acima de onde eu a segurava. Virei-a rapidamente para atacar com o espigão de contra-peso, mas o machado voltou de seu arco e partiu-a de novo. O instinto me fez levantar o escudo para aparar o próximo golpe. A estrutura enfraquecida se desmantelou, absorvendo a força, porém se arruinando completamente. Como último favor, o escudo prendeu o machado em meio a seus destroços.

O inimigo largou o machado preso e sacou seu punhal. Impeliu grande força em seu golpe dirigido ao meu peito, e a lâmina de ferro perfurou a couraça onde o bronze era menos espesso, penetrando quase meia polegada em minha pele. Mais que um quarto, menos que um terço.


Mais que um quarto, menos que um terço

sábado, 13 de fevereiro de 2010

A revolta de Cinadon


Em cerca de 396 a.C., uma grande revolta envolvendo os segmentos sociais inferiores de Esparta foi abortada. Conhecida pelos historiadores como “Revolta de Cinadon”, ela tinha como objetivo tomar o poder político das mãos dos esparciatas, que eram o grupo dominante daquela sociedade, e pôr fim a centenas de anos de exploração e exclusão política a que estava submetida grande parte da população da Lacedemônia.
Nas sissítias, espécie de mesas públicas onde os cidadãos eram obrigados a fazerem suas refeições, os hilotas eram levados bêbados para divertirem os espartanos, servindo também como exemplo para mostrarem aos jovens o mal que o excesso de bebida podia provocar.

Na Kriptéia, os hilotas eram assassinados por jovens espartanos que saíam à sua caça. A prática era feita à noite e tem sido associada à rituais de iniciação de jovens que haviam chegado à idade adulta (Plutarco, Vida de Licurgo 28).

Aliado a isso, o desprezo aberto com que os espartanos tratavam aqueles que faziam os ofícios, o comércio e a agricultura eram manifestados abertamente à nível discursivo Plutarco nos conta que o rei Agesilaos, tendo reunido todo o exército espartano e aliado, pediu a todos para sentarem-se. Mandou, então, que cada soldado que exercesse um ofício se levantasse. Somente os esparciatas teriam ficado sentados, o que serviu para Agesilaos demonstrar que os espartanos eram os únicos soldados profissionais ali presentes (Plutarco, Vida de Agesilaos 26).

domingo, 7 de fevereiro de 2010

Minha viagem pelos "Estudos contemporâneos do corpo"



Estou fazendo uma especilização em Estudos Contemporâneos do corpo pela Universidade Federal do Pará e descobrindo muitas coisas que esse instrumento de expressão que denominamos "por partes", fragmentamos de modo cartesiano, separando-o da alma, é na realidade "aquilo que somos: uma totalidade de emoções, de razão, do físico e do intelecto, de olhares, de perna, de movimento e de pensamento. Tudo ao mesmo tempo, nessa criatura maravilhosa, nesse milagre que é o ser humano.